MINI GUIA PARA MOCHILEIROS DE PRIMEIRA VIAGEM


      Um monte de gente me pergunta: "Como organizaste tua viagem?", “Com qual agência tu viajaste?”, “Mas fostes sozinha?”. 
      Viajar comprando dos serviços de uma agência é, com certeza, mais fácil e mais cômodo. Mas e a graça? Fica onde? Nunca viajei com agência e só pretendo (talvez) fazê-lo quando e se eu passar dos 80 anos. Não me imagino seguindo os horários de um grupo de 20 pessoas, visitando lugares clichês por um tempo já pré-determinado e pagando de 20% a 70% a mais por uma viagem que posso fazer sozinha. Quem nunca ouviu aquela máxima de que “o melhor da festa é esperar por ela?”. Pois é, a “festa” aqui começa com o planejamento. 
      Resolvi fazer este post para ajudar aqueles que estão começando a pensar nas suas primeiras viagens. Muita coisa eu aprendi lendo, antes do meu primeiro tour sozinha. Mas tem coisas que só se aprende na prática ... então, para que nem todo mundo precise passar pelos perrengues que já tive que enfrentar, seguem aí alguns toques importantes.

UM RESUMO DO PASSO A PASSO

1 - Escolher o destino.
2 - Como chegar ao destino? Pesquisar aeroportos próximos e/ou rotas terrestres.
3 - Pesquisar e comprar passagens aéreas/definir rotas terrestres
4 - Ler muito sobre os lugares que vai visitar. Acho bacana aprender um pouco sobre a língua local também.
5 - Marcar em um mapa (Oba! Google Maps) as atrações/lugares que se quer ir
6 - Definir localização aproximada da acomodação. Pesquisar e reservar acomodação.
7 - Pesquisar e definir como chegar e sair dos aeroportos/estações de trens (Transfers? Transporte público?).
8 - Verificar os horários de funcionamento das atrações que se quer visitar, a fim de organizar os roteiros dia a dia. Definir se fará a compra antecipada dos ingressos. Dica: verifique a programação de eventos, shows, concertos, exposições, ... tem muita coisa bacana e gratuita por aí.
9 - Pesquisar sobre formas e meios de transporte no local. Como chegar a determinado lugar?
10 - Fazer um levantamento da média que será gasto na viagem e das formas de pagamento.
11- Comprar moedas, fazer câmbio.
12 - Contratar o Seguro Saúde (não obrigatório para muitos destinos, mas extremamente necessário) e, se for o caso, a "Carta Verde" (necessária para a circulação de veículos na América do Sul).
13 - Baixar aplicativos e/ou imprimir mapas, roteiros e comprovantes necessários para a viagem.
14 - Organizar a mala de viagem, tomando notas sobre a segurança da mesma.
15 - Good trip!

OS DETALHES

ORGANIZANDO O ROTEIRO

 Quando não tenho um objetivo específico, sempre começo escolhendo uma região abrangente (Europa, por exemplo). A partir daí começa a pesquisa. Leio bastante blogs de viagem, a fim de formar um “mapa” com as cidades que quero visitar. 
 Como nunca tenho tempo “sobrando”, o negócio é otimizar os dias e organizar uma logística que funcione. Por exemplo: escolher Paris, Berlim e Amsterdam. Começo pesquisando qual o destino que teria passagem aérea mais em conta, para saber por onde começar. Depois, verifico qual o transporte mais eficiente e mais barato entre as cidades, para saber a ordem das visitas. Também tem que se levar em conta se é feriado ou se há festividades em determinados lugares, para chegar nos dias certos.
 Depois de definidos os destinos e de pesquisados os lugares que quero visitar, vou para o Google Maps. Crio um mapa e começo a marcar todos os pontos que quero conhecer. Então, divido este mapa pelo número de dias que terei na cidade. Por exemplo: Paris, 4 dias, “divido” em quatro partes. Para saber por onde começar os passeios, sempre levo em conta os horários das atrações. Como vou muito à Museus, é sempre necessário considerar o dia da semana em que eles não abrem e os seus horários de funcionamento. Sempre que possível, compro os tickets via internet e evito filas na hora de entrar.
Sites/blogs que ajudam a organizar viagens:

COMPRANDO PASSAGENS AÉREAS

       Se a pessoa já tem uma ideia de onde quer ir, a melhor dica é se cadastrar na newsletter das cias. aéreas que voam até o destino proposto. Sempre que há uma promoção, chega aquele e-mail lindo na sua caixa de entrada com um descontinho que te anima a fazer a viagem.
       Nunca comprei passagem em sites de compras coletivas ou em agências de turismo “virtuais” (como o Decolar). É bom usar estes sites como um “termômetro” ou como uma ferramenta de pesquisa para comparação de preços, mas pra mim, o negócio é comprar direto com a cia. Aérea mesmo.
        Se o preço das passagens para o destino escolhido estiver “salgado”, uma dica interessante para quem quer poupar é procurar passagens para destinos próximos. Muitas vezes vale mais a pena desembarcar em uma cidade e então pegar um trem ou ônibus do que ir direto para o lugar escolhido.
      Outra dica para baratear: às vezes quando queremos comprar somente um trecho, uma ida, por exemplo, encontramos valores além das nossas possibilidades. A dica é fazer uma busca de voo de ida e volta, jogando a volta para depois de 1 mês mais ou menos. Acreditem, às vezes comprar uma ida + volta (mesmo que não se use a passagem de volta), sai mais barato do que somente um trecho.
Sites que ajudam a pesquisar passagens aéreas:
www.melhoresdestinos.com.br - Denovo aparece aqui o Melhores Destinos! A newsletter desse site é a melhor que pode haver, SEMPRE enviam as promos de todas as cias aéreas e tem ótimos releases. 
www.skyscanner.com – Pesquisa de cias aéreas do mundo todo, especialmente as europeias. 
www.decolar.com.br
www.whichairline.com 
www.airlinequality.com/Airlines/Web_links.htmm - Links para quase todas as cias. Aéreas do mundo e muitas reviews. 
www.europebyair.com
www.vueling.com 
www.edreams.com.br

ESCOLHENDO ONDE FICAR

      Já tendo o meu “mapa de atrações” definido, fica fácil procurar um hotel. Em cidades pequenas é barbada, não tem muitas opções, mas em cidades grandes ... vixe ... difícil escolher.
      Sempre uso o TripAdvisor. Começo pesquisando os com melhores avaliações dentro de um valor que acho justo pagar. Daí seleciono uma dúzia e vejo qual deles fica mais perto dos lugares que quero ir e dos meios de transporte que pretendo utilizar.
      Aqui vale a mesma regra para as passagens aéreas: é mais seguro fazer a reserva diretamente no site do hotel, quando muitas vezes podemos negociar antes de fechar o valor final.
Sites que ajudam a pesquisar hotéis e acomodações:
www.tripadvisor.com – meu Best partner. 
www.trivago.com.br
www.booking.com – para ter noção dos valores de hotéis e ver mais fotos e avaliações. 
www.hihostels.com
www.albergues.com.br
www.hostelbookers.com
www.hostelworld.com
www.couchsurfing.org – Não pode pagar hotel? Está a fim de ume experiência mais “local”? CouchSurfing! Para ficar hospedado na casa de alguém cadastrado no site.

SEGURANÇA EM VIAGEM

       Sempre que viajo ao exterior faço um seguro-saúde. Nem todos os países exigem o seguro, mas eu faço sempre. Diante dos custos de uma viagem, o valor do seguro é irrisório. Sempre usei o seguro MIC, da Coris. Através do site da empresa é possível fazer uma cotação, verificar qual seguro se adapta às suas necessidades e emitir o voucher online. O seguro pode ser feito até 2 dias antes de viajar. Usei o seguro 2 vezes, na Itália e foi ótimo, sem problemas. Só não gostei da burocracia na hora de me ressarcirem os valores de medicamento que eu tive que comprar. Eram tantos papeis e comprovantes que eu desisti.
       Falando em seguro-saúde, alguns cartões de crédito oferecem este serviço, dependendo da bandeira e da categoria do cartão. Basta que as passagens aéreas sejam compradas com o dito cujo para que o titular do cartão e cônjuge possam ser cobertos pelo seguro (os filhos eu não lembro se entram no “pacote”). Depois de compradas as passagens, é só ligar para a central de atendimento do cartão ou ir até uma agência bancária para emitir seu número de seguro.
      Uma dica para segurança que eu acho importante é levar uma cópia autenticada do principal documento que estiver usando, seja passaporte ou identidade, e deixar em um lugar seguro no hotel/hostel. Como no exterior SEMPRE se tem que andar com documentos, vai que aconteça algum problema? Perda ou roubo? Aí faz como? Com uma cópia autenticada fica mais fácil ir até a embaixada ou consulado brasileiro solicitar um documento temporário. Também é uma dica para viagens pelo Brasil: levar sempre um documento extra.
      Eu também gosto de ter uma folha ou uma agenda que levo junto comigo, onde sempre anoto todos os números e endereços que eu possa precisar usar, como número de cartões, de documentos, endereços de embaixadas, de consulados, de hotéis, etc.
      Quanto às malas, elas ficam sempre trancadas com cadeado TSA (para saber mais sobre o cadeado TSA: http://goo.gl/oxVxBM) e estão sempre identificadas. Os cadeados TSA podem ser facilmente encontrados em sites da internet ou então nas lojinhas e duty free em aeroportos. Malas rígidas e com rodinhas 360° são as melhores, sem dúvidas.
     Como eu sei que um cadeado por si só não faz segurança de mala nenhuma (este link mostra como é fácil abrir e fechar uma mala, mesmo que cadeada: http://goo.gl/Qauq1G), inventamos aqui em casa um jeito barato de mantê-la segura. O negócio é fazer com que não haja possibilidade de mover o zíper. Comprei uma fita resistente e baratinha, vendida à metro, e mandei em um sapateiro para colocar ilhoses. Assim, eu consigo manter a mala fechada e segura. O mesmo esquema dá pra fazer com mochilas. Outro jeito de manter a mala/mochila segura é a embalar em plásticos. Nos aeroportos o serviço é bem caro, mas dá pra fazer um esquema barato em casa usando papel filme e fitão adesivo, ou então colocando-a em um saco (dá pra mandar fazer na costureira, ou em casa mesmo) de tnt e amarrando com cordinha. Só que embalando-a ela fica segura somente nos aeroportos, e não fica segura em hotéis ou hostels.


     Um outro problema é a “gentileza” com a qual sua mala é manejada nos aeroportos. Rodinhas e alças quebradas são comuns e há um transtorno imenso em conseguir ressarcimentos das cias. aéreas. Para evitar o problema, sempre reforçamos as malas internamente com Silvertape.
      Fica a dica: http://turismobackpacker.com/8-dicas-para-aumentar-a-seguranca-das-malas/

GRANA

      Se for viagem nacional, não tem muito erro, mas nas internacionais é que as dúvidas começam a surgir. Nas viagens ao exterior eu costumava levar o VTM (Visa Travel and Money), mas desde o final de 2013, com o aumento do IOF, começaram as mudanças na hora de fazer câmbio. 
     Fazendo cálculos simples, hoje em dia está valendo mais a pena trocar Reais por papel moeda estrangeira, mesmo que a cotação para esta conversão seja mais desfavorável em relação aos cartões, pois no final é o IOF que pesa no bolso. 
     Para entender: a cotação de moedas que são mostradas nos jornais, por exemplo, são cotações "comerciais", ou seja, não são as cotações que são as que a pessoa irá se deparar na hora de fazer a trocas de moedas (no caso, será a cotação de "turismo"). As cotações variam de acordo com a agência/banco e com a transação a ser efetuada (valor da troca, se a compra de moeda estrangeira se dará em papel moeda ou cartão pré-pago, etc). Normalmente as cotações para compra de moeda estrangeira com cartão (seja pré-pago ou de crédito) são um pouco mais vantajosas em relação ao papel moeda, mas os valores de IOF são bem maiores. Para compra em papel moeda, o valor do IOF está em 0,38%, já para compras com cartão, o valor do IOF está em 6,34%. Além disso, fique atento, pois a maioria das agências/bancos cobram uma taxa para cada transação realizada.
     Tenho feito câmbio diretamente no Banco do Brasil (serviço somente para clientes do banco), pois sempre que pesquiso, é onde encontro as melhores taxas de conversão. Além disso, o processo é muito simples: primeiro se deve ligar com antecedência para a agência solicitando reserva de papel moeda. Depois, é só ir até a agência retirar o dinheiro. O valor é debitado diretamente da conta corrente.

CARTÕES
     Em uma das viagens tive problemas com o VTM, mas, de modo geral, ele é muito útil e seguro. O VTM pode ser carregado em Euros ou Dólares e funciona como um cartão pré-pago. Assim, não há “surpresas” com fatura ou coisas do tipo. Vários bancos e agências trabalham com o VTM, mas eu sugiro fazê-lo com o BB, que tem maior rede de assistência no exterior. É só ir ao banco, solicitar o cartão e é feita uma operação de câmbio transferindo a grana da conta diretamente para o cartão. Este cartão pode ser utilizado em compras e  também em saques (em dólar, euro ou então, na moeda local). Cartão de crédito, no meu ponto de vista, é artigo proibido em viagens internacionais, ainda mais com essa alta do dólar nos últimos tempos.
      Se for usar o VTM, duas dicas: peça cartões adicionais (sem custos) e sempre deixe em lugares diferentes, assim, se perder um, tem o outro. Deixe uma procuração autenticada em cartório para que alguém de confiança possa movimentar sua grana no Brasil. Nunca se sabe quando acontecerá algum probleminha.
      Alguns bancos e bandeiras de cartão de crédito oferecem saques sem custos no exterior. É só usar o cartão em qualquer caixa eletrônico e sacar na moeda local, pagando apenas o valor da conversão, sem taxas extras (varia de acordo com o tipo de conta, o tipo de cartão, etc). É bom se informar.
     Para saber mais: