ISTAMBUL - Palácio Topkapi, Hagia Sophia e Mesquita Azul

     Eita post atrasado! Não adianta, quando eu deixo algo para "fazer amanhã" esse "amanhã" se esteeeende que só vendo ...
     Enfim, antes de escrever os textos que tenho em mente (e mais uma vez, o "deixar para fazer amanhã"), tenho que concluir os referentes à viagem para a Turquia.
     Ficamos em Istambul por 4 dias. Aaah ... Constantinopla ... era nisso que eu pensava quando tomei o vôo da AtlasJet Kayseri-Istambul. E foi aí que despertou em mim o monstrinho da curiosidade em conhecer cidades do Mundo Antigo que ainda "vivem" (mais do que quaisquer outras cidades). Já penso nas antigas Ceuta e , mas essas ficam para o futuro.
    No primeiro dia ficamos por Sultanahmet. Começamos pelo Palácio Topkapi. É impressionante a riqueza de detalhes do palácio dos sultões. Os azulejos pintados a mão, um a um ... as madeiras trabalhadas .... impressionante também é imaginar a riqueza e a avareza dessas pessoas. Ainda que esteja sem mobiliário, dá para viajar para um mundo medieval, onde se enxerga as concubinas enclausuradas e às pessoas "comuns" batendo nos portões do palácio implorando por uma audiência com seu líder antes de morrer de fome. Decidimos visitar também a ala dos aposentos privados no palácio (pagando mais, é claro). Não vale a pena. Mas ...

Entrada do Palácio Topkapi
Detalhe de um azulejo. Eles cobrem TODAS as paredes!
    Segui sozinha para a  Hagia Sophia (Santa Sofia). Queria ver de perto os sincretismos religiosos, temporais e culturais que esta construção representa. Aí sim, Constantinopla estava sob meus olhos! Que fantástico!
Hagia Sophia em restauração
     Quase fritos com o calor de Istambul no verão, fomos até a Mesquita Azul. Estávamos ansiosos e um tanto receosos com as visitas às mesquitas. Era uma cultura muito diferente que se apresentava para nós, não sabíamos exatamente como seria. A Mesquita Azul foi a primeira de muitas que visitamos e foi tudo absolutamente tranquilo, normal. Pra ver como todos nós estamos sujeitos a formular PRÉ-conceitos (com muito destaque para o PRÉ) ... 
     Para entrar nas mesquitas é necessário fazer algumas observações obviamente. Claro que não pode entrar gritando ou entrar semi-nu ("traje" típico da brasileira no verão, diga-se de passagem). Mas isso tudo é muito claro né. As mulheres precisam cobrir os cabelos, braços e pernas. Os homens só precisam tirar os sapatos. Como nós estávamos usando vestido longo, só precisamos colocar um lenço sobre a cabeça e os ombros. Mas se alguma mulher estiver usando short e regata, por exemplo, logo na entrada eles emprestam uma espécie de túnica, para usar durante a visita. Os turistas entram por um lado e os muçulmanos por outro. Mulheres e homens ficam em espaços separados (com exceção dos turistas).

Jardins entre Santa Sofia e a Mesquita Azul (ao fundo)
Instruções para visitantes
 

 
     A noite foi reservada para as lojinhas da rua Taya Hatun e para os restaurantes no entorno da rua Dervisler.



NOTES AND TIPS

- ONDE FICAR: os lugares que concentram mais hotéis em Istambul são as regiões de Sultanahmet,  Fatih e Beyoglu/Taksim. Para mim, com toda certeza, o bairro mais interessante é Sultanahmet, que é a parte mais antiga da cidade. Fatih é mais residencial e distante, e Taksim é mais moderno, mais comercial. Depois de muito pesquisar, dentre as centenas de opções, escolhemos o Hotel Erboy. Localização excelente, ótimo custo-benefício.
- O GRANDE PROBLEMA CHAMADO VTM: tenho que falar dos problemas que tivemos ao chegar em Istambul. Não que isso seja interessante, mas como estes pequenos perrengues fazem parte de qualquer viagem, é necessário o relato. Viajamos - como sempre - com algum dindin em espécie, mas sobretudo com o cartão Visa VTM, que é pré-pago e estava carregado em Euros. Sempre viajamos com VTM e sempre foi muito bom. Sabe como é, melhores taxas, maior segurança, etc. Ocorre que fomos fazer saques de espécie em caixas eletrônicos em Göreme, antes de partir para Istambul, e nada. Tentamos vários caixas diferentes, valores diferentes, horários diferentes e nada. Juntamos o que tínhamos para pagar o hotel e partimos. Ao chegar em Constantinopla (eu vou chamar assim e pronto) nos demos por conta que TODOS as tentativas de saque infrutíferas haviam sido debitadas do tal cartão = estávamos praticamente ZERADOS. No money baby. E aí começaram as séries de ligações para o BB, para a Visa e nada ... ninguém resolvia nada, ninguém se responsabilizava ... e nós lá, sem grana. Por sorte tínhamos um cartão de crédito do HSBC que nos rendeu alguns saques. O resumo da ópera: gastamos cerca de 30% a mais do que o previsto e o nosso dinheiro tinha sumido. Legal. Depois de 1 mês, ao retornar para o Brasil, a VISA estornou os valores para o cartão. Mas aí o aperto já tinha passado. Já não amo mais o VTM.
- A COSMOPOLITA ISTAMBUL: a grande maioria das pessoas que moram na cidade são muçulmanas. A questão é que nós ocidentais não sabemos nada sobre a religião e cultura dos muçulmanos. Somos bombardeados com informações preconceituosas, exageradas e equivocadas. Istambul propriamente é uma cidade que fica entre dois continentes, tem grandes centros universitários, recebe turistas e imigrantes de todo o mundo, ou seja, é uma cidade rica em diversidade cultural. Aqui todos convivem em harmonia e os extremismos religiosos exibidos pela CNN passam longe. Em nenhum momento me senti constrangida ou reprimida por causa das roupas que usei ou pelo modo que me portei. Existem várias "linhas" de culto islâmico, e por aqui tudo é brando. Lógico que essa realidade não se aplica a lugares como o Afeganistão (!) suponho eu, mas chega de exageros ou generalizações ok.