ISTAMBUL - Mercado de Especiarias, Grand Bazaar, Taksim e Suleymaniye

Mesquita Suleymaniye

     O segundo dia em Istambul foi destinado aos mercados e - mais - mesquitas.
     Começamos pelo Mercado de Especiarias, que, sem dúvida, foi o que eu mais gostei. Bem mais legal que o Grande Bazar.
      Este Mercado é pequeno, mas é organizado, limpo e não é tão lotado de turistas. 
      Na verdade não tínhamos um rumo "certo". O legal é que no entorno deste mercado tem algumas feirinhas de rua, com frutas, verduras e coisas inimagináveis (ou alguém imagina sair de casa para comprar sangue-suga em uma garrafa pet?). São GRANDES labirintos CHEIOS de TUDO que é coisa. Tem que ter tempo ...





     Depois de caminhar muito, chegamos na Mesquita Suleymaniye, a maior da cidade. 
     Esta mesquita é mais conservadora, mais "clean", enorme. Na verdade ela faz parte de um grande complexo, que inclui escola e hospital, além de alojamentos. Quando chegamos, não havia turista algum. Nos sentimos meio estranhos no início, mas foi só bobagem, ninguém dava bola.



     Caminhamos até o famoso Grand Bazaar. Sinceramente: nada demais. É enorme, mas metade dele (ou mais) é tomado por produtos made in China. A metade que oferece produtos turcos pratica valores muito maiores do que os encontrados em outros lugares de Istambul.




     No dia seguinte fomos para "o outro lado" de Istambul, para Taksim. Para chegar lá tomamos uma espécie de trensurb e fizemos um baldeamento para um funicular subterrâneo, um "metrô" quase vertical incrível, muito interessante.

     A emblemática Praça Taksim (deveria se chamar "Largo Taksim"), em que se encontram diversos prédios governamentais, me parecia "carregada". Um lugar meio denso e tenso. Parecia que a qualquer momento surgiriam grupos de pessoas, cartazes e, claro, as bombas. Talvez por isso a opressão já se fazia presente, negócio de filme.




     Seguimos pelo grande calçadão que é a rua Istiklal, repleta de restaurantes, de lojinhas locais e de lojas de marcas internacionais famosas. Há quem não goste muito de caminhar e prefira fazer o trajeto nos antigos bondinhos, que são um charme. 
     No meio do caminho nos deparamos com uma manifestação. Me lembrou o movimento portenho das Madres de Plaza de Mayo. Óbvio que não conseguimos entender direito (eles falavam árabe, ou turco, duh), mas era algo relacionado à assassinatos ou "desaparecimentos", não sei. Havia presença da imprensa, e em dois tempos a polícia de choque já estava por ali. Um absurdo ver um monte de policiais cheio de parafernalhas e armamento de frente à senhoras e pessoas com feições tão frágeis e sofridas.




     Chegamos então à Torre Gálata (Galata Kulesi), uma antiga torre de observação da entrada do Chifre de Ouro. A vista lá de cima é bem legal, vale a pena para quem não for a outro ponto alto de Istambul. No entorno da torre tem muitas lojas que misturam arte e moda de vanguarda, bem bacana.





 NOTES AND TIPS

- UMA EXPERIÊNCIA ANTROPOLÓGICA EM ISTAMBUL: Num dia desses, para voltar para o hotel, fizemos uma caminhada através da rua Yeniceriler. Quando estávamos chegando perto da Grande Mesquita (Mesquita Azul) é que nos demos por conta - na nossa vã inocência e santa ignorância - do que estava rolando não só em Istambul, mas no "mundo" muçulmano. Era a época do Ramadã (Hamadan, Ramadan)! Tinham MUITAS pessoas nas ruas e nas praças. Uma doidera! E a gente ficou parado ali  na rua mesmo, tentando entender a dinâmica da coisa ... o melhor (eu acho) de tudo é que chegamos ao grande epicentro das comemorações um pouco antes das 21h. Ás 21h os milhares de megafones das centenas de mesquitas de Istambul começaram a "tocar". E aí, como num passe de mágica bizarra, TODAS as pessoas que estavam em nossa volta começaram a comer. Meu Zeus, era marmita saindo de tudo que é lugar. Famílias inteiras comiam muito, numa mistura de piquenique e banquete estranho. Essa refeição após o jejum de um dia inteiro se chama "iftar", e todos os membros possíveis da família se reunem ou se visitam.



- TRANSPORTE PÚBLICO EM ISTAMBUL: basicamente se faz tudo a pé. Se for percorrer distâncias mais longas, o negócio é pegar um metrô de superfície. Não existem tickets, mas sim um cartão recarregável. No nosso caso, adquirimos o cartão no hotel mesmo. Pagamos 5 euros de caução e depois de usá-lo o devolvemos. Para carregar o cartão, basta ir a uma das muitas máquinas próximas de cada parada, encostar o cartão no sensor e colocar moedas ou papel moeda na máquina.