ISTAMBUL - Eyüp, passeio pelo Bósforo e cerimônia Sufi

Vista do Café Pierre Loti

     No último dia em Istambul, sob o calor que fazia na cidade (nada comparado com o Forno Grande do Sul), decidimos fazer um passeio pelo Bósforo. Na verdade o objetivo era ir até o Café Pierre Loti, que fica no bairro chamado Eyüp (que recebe este nome em função da grande mesquita que há por ali), no "Chifre de Ouro". Poderíamos ir "por terra", mas aí teríamos que pegar o metrô, fazer mil baldeações e nos aventurar em 1 ou 2 ônibus. 
     Já sabíamos os horários de barco e onde tínhamos que parar. O problema é que o "pier" de Eminönü em Sultanahmet é enorme e nos vimos bem longe do nosso ponto de embarque. O resultado foi três loucos correndo para não perder o tal transporte.


     Depois de uns quarenta minutos, desembarcamos e começamos nossa caminhada pelo bairro.


     Logo fomos até a fila para pegar o teleférico e subir até o monte onde está o Café Pierre Loti. Descobri o Pierre Loti vendo um programa na tv que eu gosto bastante. A TV Bandeirantes exibe nas segundas-feiras à noite um programa chamado Brasileiros Pelo Mundo,  e foi ali que eu tive a ideia de ir até o Café. Infelizmente não fomos no horário do pôr do sol, que além de ser um horário bacana para admirar uma paisagem bonita, é também quando se pode ovir o chamado para oração das centenas de mesquitas de Istambul.
     O Café foi fundado em homenagem ao escritor Pierre Loti (pseudônimo), que era um apaixonado pela cidade de Istambul. Tem várias versões da mesma história. Mas parece que esse escritor ex-marinheiro tinha uma casa por ali, onde escrevia seus romaces. O monte Eyüp abriga um enorme cemitério, bonito, mas meio bizarro.
     Mesmo à tarde, vale uma visita, é vista é impressionante.



     Descemos o monte e continuamos nossa caminhada. Não chegamos a ir até a mesquita de Eyüp (Sultan Eyüp Camii). Sabíamos que era uma das mais bonitas, local importante de peregrinação, mas acontece que em função do Ramadãn haviam muuuuuuitas pessoas querendo fazer o mesmo. Pra se ter uma ideia, chegaram a montar uma grande estrutura fora da mesquita para que as pessoas que não conseguiam entrar também pudessem orar.


      Ao chegarmos novamente no cais de Eminönü, embarcamos em um barco grande e mais "turístico", para fazer um passeio que nos levaria além da Ponte Bogaziçi, no Estreito de Bósforo, e onde poderíamos ver o Palácio de Dolmabahçe e a Fortaleza Rumeli.

      Para encerrar a trip pela antiga Constantinopla, resolvemos ver uma cerimônia dos Whirling Dervishes. Os Dervishes são muçulmanos, porém, de uma "linha" mais "mística", chamada Sufismo. Antes de ir para a Turquia eu já tinha pesquisado pelos Sufis e já tinha me interessado por seus rituais. Na Capadócia recebemos um monte de ofertas de lugares que exibiam estas cerimônias como uma atração turística, com preços para turistas também. Decidimos deixar para Istambul e valeu a pena. Como não tínhamos tempo, optamos por assistir à cerimônia na Estação de Trem de Sirkeci, pagando 40 Liras cada um. Se tivéssemos mais tempo, eu teria ido assistir no Museu Sufi, que fica próximo à Torre Gálata. Enfim, a Cerimônia dura cerca de 1 hora e é bem interessante. Gostei muito da parte musical, porque eu A-M-O música "folclórica", seja de onde for.



NOTES AND TIPS

- EYÜP: É um lugar bem interessante em seus contrastes. Ha muitas construções com ares europeus e, ao mesmo tempo, toda a austeridade muçulmana, é um lugar que em nada se parece com os outros cantos que vimos em Istambul. Explico: tirando as pessoas e as mesquitas, as construções me lembraram os bairros residenciais das cidades do leste europeu. Porém, ali, vimos pouquíssimos turistas e muuuuitos muçulmanos. TODAS as mulheres estavam cobertas, muitas com burkas. Nos sentimos um pouco estranhos, me sentia quase nua usando shorts. Esse gelo foi quebrado quando  paramos em um banquinho para descansar. Imediatamente um grupo de umas três mulheres (1 usando burka) se aproximou e sentou também. Uma delas carregava uma criança com no máximo 1 ano. Minha mãe começou a brincar com a criança e eu fiquei com receio, mas logo a senhora que o carregava e todas as outras começaram a sorrir e falar coisas que não entendíamos (acho que era o nome do bebê). Inclusive a alcaçaram para que minha mãe o carregasse no colo. Bem legal.



- PASSEIOS DE BARCO PELO CHIFRE DE OURO E PELO BÓSFORO: existem dezenas de serviços turísticos que oferecem tours pelas águas que circundam Istambul ou então que vão mais além. Dizem que o tour mais legal é um que vai até o Mar Negro e faz algumas paradas em pequenos vilarejos, mas aí leva-se o dia inteiro praticamente. Os valores também variam bastante. O negócio é ir até as docas de Sultanahmet um dia antes e dar uma pesquisada em preços, rotas e horários. Optamos por uma coisa bem econômica, sem paradas nem nada, mas objetiva. É possível também pegar alguns barcos que seriam como "ônibus" da população local, tornando o passeio bem mais barato.
- PARA QUEM CURTE CAFÉS: dica que eu li no The Guardian antes de viajar http://www.theguardian.com/travel/2011/sep/14/10-best-cafes-hangouts-istanbul