CHEGANDO NO PERÚ - De Lima à Cuzco - De Cuzco à Puno

     Partimos para o Peru em um voo direto POA-Lima da TACA. Nada como um vôo direto de Porto Alegre para dar aquela animada ...voar de dia para Lima é um espetáculo à parte: é possível ver o deserto do Atacama (com certeza está na minha top list das próximas viagens), o Salar de Uyuni e os Andes.
     A nossa ideia era ir para o Lago Titicaca. Para ir até lá, na verdade o que temos que fazer é ir para Puno. Ok. O negócio é que Puno é bem longe de Lima e que não tínhamos muito tempo para ficar na estrada. As duas únicas opções eram: ou ir de avião de Lima para Juliaca e de lá pegar um bus para Puno. Ou ir de Lima para Cusco, de avião ou ônibus, e de lá ir para Puno de bus ou trem. Bom, o vôo para Juliaca não era muito em conta e os horários não fechavam. Parte 1 resolvida: íamos de Lima para Cusco. Aí vinha a parte 2, de Cusco até Puno. Optamos por ir de ônibus, por diversas razões. Primeiro porque os horários de trem eram ruins, depois porque o trem é muuuuuuito caro, em terceiro lugar porque o bus para Puno era excelente e, por último, porque o bus era noturno e aí pouparíamos uma grana com hospedagem (ô miséria!).
    Voamos de Lima para Cusco com a Peruvian Airlines. Zeus! Ou então, Inti! Ou então, Wiracocha! Qualquer que seja o Deus, esse vôo é algo ... indizível. Deixo os comentários para a seção no final do post.
      Chegamos em Cusco e tínhamos algumas horas até tomar o ônibus para Puno, que era ás 22h.
    Eu e o Felipe largamos nossas coisas no hostel que ficaríamos mais adiante e saímos para tomar as primeiras impressões da cidade.

 
     A primeira vista, Cusco não parece grande coisa, aliás, parece feia. Quando estávamos pousando eu pensei: OMG minha mãe vai me matar por trazê-la pra cá. Mas depois, quando chegamos na "Cusco para turista ver", o negócio mudou. A parte turística de Cusco é bem bonita, limpa e organizada (fora o fuzuê de turistas).
     As antigas construções Incas foram subjugadas pelas construções espanholas (como quase em todo Perú) e o "centro" da cidade é a Plaza de Armas.
     Caminhamos por aqui e por ali, fomos no mercado, provamos umas Cusqueñas e nos sentamos um pouco na Plaza de Armas para ver a movimentação local (digo, de turistas). Durante o tempo em que ficamos sentados, umas 100000 pessoas vieram nos oferecer algo para vender, de artesanato à maconha, rola de tudo. Depois de muitos "no, gracias", começamos a inventar outras técnicas para despistar os vendedores. No início fingíamos que não entendíamos o que diziam, depois partimos para o plano B, que era nós mesmos oferecer alguma coisa pra vender. Hahaha ... já estava oferecendo a câmera, roupas e até o Felipe entrou nas negociatas ... hahaha ... nada melhor para despistar um vendedor insistente.

Vale dizer que, em função da altitude, o álcool tem efeitos potencializados ... :-)
      Jantamos um Menu Turístico (entrada + prato principal + bebida) muito bom e baratíssimo em um mexicano na Calle Preocuradores, e depois fomos tomar um legítimo Pisco no El Duende para esperar o nosso bus.



      Por volta das 21h tomamos um táxi até o terminal de bus da Cruz del Sur. Dali, seriam 7 horas de viagem até Puno ...

NOTES and TIPS:


- COMO DECIDI O ROTEIRO NO PERÚ: Já fazia algum tempo que eu queria visitar o Perú. Depois de estudar e ler tantas coisas sobre as fantásticas civilizações nativoamericanas, é natural que esse desejo tenha crescido mais e mais. As passagens para Lima sempre foram meio carinhas, então sempre fui adiando. Eis que recebo um e-mail do Melhores Destinos (www.melhoresdestinos.com) falando sobre uma promo para a capital peruana. Bingo!
     Tudo que eu sabia sobre o Perú se limitava ao que eu tinha estudado sobre os Incas e a história Contemporânea do país. Não que isso seja pouco, pelo contrário, acontece que eu precisava saber coisas mais objetivas e específicas para a viagem, como por exemplo, como me locomover por lá e etc.
     No início foi difícil montar um roteiro porque tínhamos poucos dias (11) e haviam muitas coisas para serem vistas. As opções eram: Lima, Arequipa, Ica, Nazca, Vale de Colca, Puno, Lago Titicaca, Manu, Cusco e Machu Picchu. Enfim, no final das contas decidimos por: Puno, Lago Titicaca, Vale Sagrado, Machu Pichu, Cusco e Lima, para finalizar. O resultado disso tudo é que eu gostei muito do Peru e vou ter que voltar para fazer a parte 2 dessa trip.

- VOANDO COM A TACA: achei o serviço eficiente. Check-in sem filas e tranqüilo, o que já era um bom começo para um voo que partia ás 7h30. Ninguém merece ficar em uma fila de check-in como um zumbi nesse horário. A TACA (que foi comprada pela colombiana Avianca e logo deve assumir esse nome) tem aeronaves confortáveis e um serviço de bordo simples, mas honesto. É meio parecida com a TAM aqui no Brasil. Também não tivemos problemas com pontualidade. Não tenho do que me queixar. 

- O AEROPORTO DE LIMA: como muitos comentaram, o aeroporto de Lima é bacana, bem organizado, Tem muitas opções para comer, o que ameniza um pouco o tempo de espera de conexões. Se a conexão for longa, como foi a nossa, tem uma dica: saindo do aeroporto, virando à esquerda, quase em anexo, tem um shopping (tá mais pra galeria) com outlet de marcas bacanas (The North Face, Billabong, Calvin Klein, Rip Curl, ...) e ótimos preços. Vale a pena pq é bem pertinho e tem precinhos camaradas. 

- VOANDO COM A PERUVIAN: tem 5 cias. aéreas que fazem trechos domésticos no Perú: a Star Peru, a chilena LAN, a TACA, a Peruvian e a  LC Perú. Escolhemos a Peruvian em função dos horários de vôos e do preço. O trecho Lima-Cusco foi um desastre! A aeronave era velha, suja e sem manutenção. Deu medo logo ao entrar. Parecia um ônibus aquilo, apertado, cheio de gente com um monte de sacolas, um horror. E pra completar, voando quase na mesma altura das montanhas andinas, pegamos uma turbulência. Bad total. No trecho Cusco-Lima a aeronave era um pouco menos pior. Quando chegamos no aeroporto de Lima, minha mala de 1000000kg veio com a rodinha quebrada. Imediatamente fiz a reclamação com o pessoal da Peruvian, e sabe o que me disseram? "Faça uma reclamação em nosso site". Só. Falei com 100000 atendentes e NINGUÉM resolveu nada! Depois fiz a reclamação pela internet e me responderam dizendo que não eram responsáveis pela quebra da minha mala! Um absurdo! 


- O FAMOSO SOROCHE (OU MAL DE ALTITUDE): antes de viajar li muito sobre o tal mal de altitude, que podemos sentir quando visitamos o Peru, Bolívia ou Equador, por exemplo. Cuzco é uma cidade que fica a 3.400m do nível do mar. Pra se ter uma ideia, a cidade com maior altitude no Brasil está a 1.600m (Campos do Jordão) e eu moro em uma cidade que está a 60m! Cuzco está em 9o lugar na cassificação das cidades mais altas do mundo com mais de 100.000 habitantes (Puno está no 5o lugar). Bom, eu estava com muito medo do que eu poderia sentir. E mais ainda do que aconteceria com a dona Miriam e seu Volnei, que chegariam no Peru em 3 dias. Tinha lido sobre muitas pessoas que passaram mal e tal. Bem, quando cheguei em Cuzco me deu uma leve tontura, mas nada demais. Nos primeiros dias no Perú senti muita dor de cabeça e tonturas de vez em quando, também me cansava um pouquinho mais do que o habitual (visto que sou mega sedentária e tudo me cansa). Mas NADA do que eu tinha lido aconteceu e o medo não se justifica. Como dizem os peruanos: Não passa nada. Pensei em comprar oxigênio (eles vendem em pequenos cilindros com máscara, pra levar na bolsa mesmo, por S./ 30) etc e tal. Mas nada a ver, é bem tranqüilo. A dica é tomar MUITO chá de Coca e ter consigo folhas de Coca SEMPRE.

- OS TÁXIS NO PERÚ: táxi no Pe´ru é meio que aventura. Tem carros bons e outros que eu não acreditava como podiam estar rodando. Bem, o fato é que, como tudo no Pe´ru, o valor das corridas também é negociável. Os táxis não tem taxímetro, então tens que combinar o valor da corrida antes de partir. E negociar bastante também. Apesar de a gasolina ser mais cara do que no Brasil, o custo para andar de táxi chega a ser piada, muito barato. Mas muito mesmo. Três dicas: pesquise ou pergunte no seu hotel o  preço médio das corridas de tal a tal lugar, para não ser explorado pelo taxista. Nunca pague em dólar. Sempre verifique se o táxi é legalizado e se o motorista tem registro como taxista, pois há muitas pessoas que simplesmente param na rua e te dizem que são taxistas.

- OS ÔNIBUS NO PERÚ: os ônibus que fazem rotas turísticas são espetaculares. Novos e confortáveis. Quase todos oferecem um "serviço de bordo", nem que sejam apenas bebidas como refrigerantes, chás ou cafés. Quase todas as estradas também estão em ótimas condições. A melhor empresa, com certeza, é a Cruz del Sur. Compramos o ticket Cusco-Puno diretamente no site da empresa. Eles possuem um terminal próprio que funciona quase como um aeroporto, com check-in e despacho de malas. Oferecem um lanche, travesseiros, cobertores. Pegamos um assento VIP bem grande, que reclinava e tinha aquelas tvs para entretenimento a bordo, inclusive com acesso à internet.

- QUANTO CU$TA: viajar para o Perú é bem em conta. Gastamos mais com passagens aéreas e a viagem até Machu Picchu. Fora isso, tudo por lá é super barato. A moeda utilizada é o Novo Sol (que vale hoje um pouco menos do que R$1), mas também rolam dólares e euros.
Passagem POA-LIMA-POA: U$480
Passagem LIMA-CUSCO-LIMA: U$200
Táxi do aeroporto de Cusco até a Plaza de Armas: S./ 20
Jantar em Cusco: S./ 15
Táxi da Plaza de Armas até o terminal de ônibus: S./ 8