UMA PARADINHA EM FRANKFURT

     Frankfurt usualmente é uma "cidade de passagem". Praticamente no centro da Europa, seu aeroporto é utilizado, em grande parte, para a realização de conexões internacionais. Eis que, pela segunda vez, esse era o nosso caso.
     Quando compramos as passagens com destino a Moscou, tínhamos 2 opções: ou fazer uma conexão com espera de 6 horas para daí chegar na capital russa de madrugada, ou então fazer um stopover de 17 horas, passear um pouco em Frankfurt e partir na manhã seguinte.
     As perguntas eram: vale a pena sair do aeroporto e curtir um pouco a cidade? É possível ver alguma coisa em tão pouco tempo? Pesquisando em outros blogs, a resposta para as duas perguntas foi: sim!
     Sair do aeroporto e chegar ao centro da cidade é uma barbada (veja mais no Mini-Mini Guia de Frankfurt :-)) e isso foi um ponto fundamental na escolha do stopover. Procedimentos simples de imigração e logo estávamos na área central. Check-in no hotel ok. Mesmo cansados da longa viagem Poa-Rio-Frankfurt, não havia tempo a perder, bora bater perna.
    A cidade é cheiiiaaa de museus interessantíssimos, mas pela falta de tempo (e um pouco de cia), não pude ir a nenhum :-( Nos concentramos em um roteiro de caminhada + bonde elétrico.
     Começamos pela Wiesenhüttenplatz seguindo em direção às margens do Rio Meno. O objetivo era dar uma caminhada pela grande avenida Schaumainkai, do outro lado do rio, que concentra a maioria dos museus da cidade. Mas sério, estava muito quente (pra quem recém tinha saído do inverno sulista, era quente), sol pegando, aí abortamos a missão.


     Paramos sob a ponte Holbeinsteg para observar um pouco o cotidiano das pessoas. Ali dá pra ter uma visão geral do rio e dos parques nas margens. Era dia de semana, mas os ares eram de feriadão. Aaah o verão europeu ... galera relaxando à sombra das árvores, lendo um livro, passeando com o cachorro, praticando esportes e ... andando de bike. Aliás, eu - quase - me senti em Amsterdam, dado o grande fluxo de bicicletas em Frankfurt. Cada vez mais eu me indigno por ver como a gente é bobo por não explorar melhor este meio de transporte, e também por não haver políticas públicas que possibilitem que as pessoas circulem de bike com segurança. Enfim ...




     Dali fomos até a Willy-Brandt-Platz, onde ficou evidente o contraste entre o contemporâneo e o antigo, que pra mim, é uma das marcas da cidade. Adoro! Nesta praça está o Eurotower, enorme, sede do Banco Europeu.




     Pegamos o bondinho elétrico e paramos em Römerberg. Coisa linda! Na antiga praça estão prédios centenários e coloridos, restaurados ou reconstruídos (lembra das Guerras? Ok), e entre eles, o prédio da Prefeitura. Este lugar já foi o coração da região e há séculos é palco das mais diversas atividades e acontecimentos. Vale sentar em um dos banquinhos na área central e só observar .... todos os detalhes ... Sempre que estou em lugar assim fico imaginando as coisas que já podem ter rolado ali, as feiras, os festejos .... as execuções (como era de praxe neste tipo de lugar). Fantástico.




     Souvenirs comprados, caminhamos pela Berliner Straße  e então pela Hasengasse. Queríamos visitar o Kleinmarkthalle, que, segundo informações, seria como um Mercado Público. Bem, estava fechado. E bem, não parecia com um Mercado Público.
     Finalmente chegamos na rua Zeil, o paraíso do consumismo. Para alegria geral "dos meninos", as lojas estavam fechando. Mas tivemos tempo de conhecer a Zeilgalerie. Uau! Super legal a arquitetura deste shopping-galeria, um negócio maluco de vanguarda. Doc. Volnei ficou admirado com as estruturas, que segundo ele, são "impressionantes". Aproveitamos para fazer um pit stop de janta-almoço-algo-não-definido, afinal, relógio e horas em viagem só servem para determinar quanto tempo falta para o fechamento de determinado lugar ou para pegar determinado transporte. Esqueça o relógio para definir suas refeições.







     E já eram umas 21h quando decidimos que era hora de voltar ao hotel (o tempo voa!), afinal, teríamos que acordar cedo para ir ao aeroporto e bla bla. Para tomar o bondinho elétrico novamente, passamos pelo formigueiro organizado em torno de Hauptwache (as pessoas estavam saindo dos seus trabalhos e tomando o rumo de casa) e seguimos pela rua-calçadão Neue Kräme. Ali, uma surpresa agradável, destas que me fazem amar quase todos os lugares na Europa: um grupo apresentava a sua arte em busca de possíveis trocados. Era um no violoncelo, outro no violino, outro no violão e uma menina cantando com uma voz suave. Amo! É ótimo se deparar com boa música assim, do nada, numa caminhada despretensiosa. De repente tu andando pelo metrô e começa a ouvir um sax, ou então caminhando em um parque ouve uma gaita de foles, uma guitarra ... que seja, amo esse tipo de arte de rua, que te surpreende, que é capaz de mudar o teu dia.
     Para finalizar, decidimos fazer uma parada no pub O'Reilly's, para descansar as pernocas e tomar aquele chopp gelado  de final de dia.
     Aaah Frankfurt ... merecia mais uns 2 ou 3 dias ... deixou aquele "gostinho de quero mais" ...
   Se me perguntarem se vale a pena fazer o stopover eu digo: SIM! De boca cheia. Pra quem tiver oportunidade, vá, e faça!




NOTES and TIPS

- Minha percepção de Frankfurt:  a cidade mistura o antigo e o moderno, o sossegado e o frenético, tem atrações para todos os gostos e bolsos. É uma relativamente pequena para se conhecer, digamos, "turisticamente" (tenho o dom de inventar palavras, Aurélio se retorce no túmulo), mas obviamente não se vê muita coisa em único dia. Em relação à outras cidades europeias, considero os preços praticados na cidade moderados. Não tem nada absurdamente caro, mas também não é das mais baratinhas.
- Onde ficar: como nosso objetivo era uma paradinha rápida, optamos por nos hospedar o mais próximo possível da estação central de trens (Hauptbahnhof), para ter acesso rápido ao aeroporto. Tá certo que não é a melhor região da cidade (tem ares de subúrbio), mas cumpre o desejado. Escolhemos o baratinho Hotel Continental (quartos duplos a €50) . Os quartos não tem ar-condicionado (e isso pesou bastante na noite de calor que passamos), mas o resto está ok para 1 noite.


- Onde comer: é óbvio que não vimos praticamente nada da cidade e que devem existir muitos restaurantes com um rango bom e preços honestos, mas não posso deixar de registrar a boa experiência que tivemos na Galeria Zeil. No último andar há uma espécie de praça de alimentação (a maioria dos restaurantes é de culinária asiática), com preços bem em conta. Pedi um Noodles vegetariano muuuito bem servido e paguei €4,50. O pessoal foi de buffet livre, com muitos frutos do mar, por €8,50, uma pechincha.
- O que não deu tempo de fazer: tudo! hehehe, não, sério, acabei saindo de Frankfurt com um desejo indizível de comer Apfelstrudel. Procurei e nada de encontrar a tal "iguaria". Queríamos ter ido até o famoso Café Hauptwache, mas já estava fechando quando chegamos lá. Também queríamos ter entrado na Catedral de São Bartolomeu, but, time is over. Segundo algumas dicas, um lugar legal onde se pode ir para ter uma panorâmica da cidade é o topo da Main Tower, mas, novamente o fator tempo nos impediu. Bom, infelizmente (saca a ironia?) vou ter que voltar à Frankfurt para fazer essas coisas ...

VAI PARA FRANKFURT?

- Não deixe de conferir as informações básicas no Mini Mini Guia de Frankfurt.
- Não te percas! Faz o download dos mapas
- Planejas bem o teu roteiro! Usa os guias.