Chatêau Versailles e Musèe D´Orsay


Paris amanheceu mais gelada, mais cinza. Uma névoa fininha lembrava a neve. Muito, muito frio.
Fui para a estação próxima pegar o trem. Quando entrei, naquele trem de 2 andares e bancos fofinhos eu parecia estar em um VT de uma campanha de incentivo à leitura: 70% dos transeuntes estavam com um livro ou uma revista na mão. Me senti um ET sem um destes recursos nas mãos.
Peguei o trem para o Chatêau Versailles. Quer dizer, eu achei que tinha pego. Errei de linha. Na verdade eu também não errei de linha. Eu sabia: “linha C para Versailles”. O que eu não sabia é que as linhas de trem e metrô aqui tem 1 nome só mas diversos destinos diferentes, chega um ponto em que se dividem, então cada trem tem um nome próprio. Então por que é que as linhas não têm nomes diferentes? Deveria ter um nome diferente pra cada trajeto oras. Minha sorte foi que sentei do lado de uma turista tão perdida quanto eu. Ouvi a conversa dela, pedindo informações e aí me encontrei.
Versailles é muito mais do que eu esperava. É gigante. Tem uma imponência impressionante. Dá para entender melhor o porque da Rev. Francesa. Se eu fosse uma burguesa da época também ia me indignar com tamanha demonstração de poder e opulência da nobreza.
Caminhei, caminhei, caminhei... e não vi tudo ...mas me obriguei a pagar 3,60 para voltar para o Chatêau (em um carrinho cheio de turistas japoneses), depois de ter percorrido todo o seu jardim. Sim, se eu não fizesse isso eu ia perder meus dedos. Sério, eu achei que ia congelar. Muito, muito frio.
Tendo tempo sobrando, resolvi adiantar minha visita ao Museè D´Orsay. Ótimo. Grandes coleções de esculturas e iconografias. Pena que não era permitido tirar fotos.  Só pra confirmar o que eu já sabia: Renoir, Manet, Cèzanne = chato. Sim, eles são chatos. Caretinhas demais. Van Gogh = genial! Olhar seus quadros dá uma sensação forte, como as suas pinceladas... e Degas? Ah Degas... vi um monte dos quadros da “fase das dançarinas” dele, que é a minha fase favorita... amei (Tiago: ainda quero colocar aquele quadro da bailarina em azul na parede). Mas gostei mesmo das surpresas, artistas que eu não conhecia, acho quer são de uma geração pós-impressionismo: Maurice Vladminck, Henri-Edmond Cross, Georges Seurat e Paul Signac. Amei os pontinhos. Dois artistas chocantes: Georges Lacombe (muito forte, chocante, uou, daqueles gênios pioneiros, ADOREI) e Gèrome (pela realidade de suas obras, mais parecem fotos).
Queria ter ido até à Biblioteca da França, mas meus pés não permitiram. Minha nossa, muito frio. Meus dedos doíam. E o frio desanima. Deixa pra outro dia.

NOTAS (A propósito...):
- é muito fácil se perder em Paris
- os japoneses e orientais em geral (não sei quando é japonês, coreano, chinês ... será que eles sabem?) vão dominar o mundo. Ao menos Paris está completamente tomada por eles, suas câmeras e falta de educação.
- Paris é extremamente (e multiplica o “extremamente” por 2) cara
- Comendo mal ... mal ... putz, 6,90 por um sanduíche de queijo e um cafezinho? E depois, 7,00 por um suco e uma mini panqueca? Imagina comida de verdade...
- Tenho que encontrar um mercado. E logo.
- as parisienses não devem sentir frio. 70% delas usam saia, botas e uma meia calça fininha. Nada de calças.
- Comprei lembrancinhas. Lembrancinhas.
- Acho que estou ficando gripada....
- Já falei que está frio?
- Em 2 dias: muita saudades de casa, da família, comida de mãe, dos gatos ... e sim Tiago, tu faz muita falta viu?! Muita saudades. Será que eu agüento? Mais 40 dias ...