Muitos dias sem escrever ... bem, já estou de volta ao Brasil. Mas vou relatar as últimas experiências de viagem.
Na minha última semana na Itália tive muitas atividades e não pude escrever.
Logo que voltei de Praga, embarquei (em um trem! ufa!) para Mantova, no norte da Itália. Objetivo: conhecer uma pequena cidade de um antepassado, chamada Castel D´Ario.
Oito horas depois de sair de Castelraimondo (Chatêau Raimond, em francês, e Biboca do Raimundo, em português), cheguei, debaixo de chuva, em Mantova.
Mantova é uma cidade que, como muitas outras na Itália, conserva os ares medievais. Castelos, igrejas, palácios ... É uma cidade relativamente pequena, mas com muitas ofertas de comércio e cultura. Eles mantém uma faculdade de teatro muito conhecida e possuem inúmeras bibliotecas públicas.
Vale muito a pena conhecer esse lugar. É cercada por um lago enorme, que dizem ser lindo na primavera e no verão.
Na sexta o tempo melhorou e parti para Castel D´Ario logo depois do almoço. Vinte minutinhos de trem e pronto. O trem estava pleno de estudantes voltando pra casa. Eles estudam em Mantova e depois retornam para as cidades menores.
Chegando em Castel D´Ario me senti propriamente em um velho oeste americano, mas com o estilo italiano. Ruas desertas. Lógico, eram 14h, e a esta hora nenhum italiano de cidade pequena trabalha. Estava tudo fechado, nem um gato preto circulando pelas ruas. Parecia que até os pássaros estavam em recesso.
Castel D´Ario é pequena e toda espalhada. Cidade essencialmente rural, com uma grande áerea e pouca população. O "centro" se resume a uma rua, onde está a prefeitura. E esta mesma rua é uma rodovia.
Pensei no que eu ía fazer 4h (tinha que esperar o próximo trem para Mantova) naquele lugar. Sentei, pensei, pensei ... olhei para o lado e bingo! Previdi Calzeture ... achei um parente! O sobrenome Previdi é muito incomum no Brasil e na Itália também. Esperei a loja abrir e fui bater um papo com o dono. No início acho que o cara se assutou, tipo: "oi, eu sou brasileira e também sou Previdi", mas depois ele foi baixando a guarda. Não descobri nada de novo, mas ele certamente descobriu.
É muito emocionante estar em um lugar de um antepassado, ficar imaginando se ele via as mesmas coisas que eu, se tal casa já existia, ficar pensando como terá sido sua partida ...
