DE PUNO À CUZCO PELO VALE SAGRADO

Paisagens de tirar o fôlego


     Para voltar até Cuzco (sim, com Z) poderíamos ir de trem (absurdamente caro), de ônibus comum (sem graça) ou então em um ônibus de turismo. Optamos por fazer o trecho com a Inka Express, que faz uma viagem mais longa (são quase 10h), mas muito mais interessante.
     É uma viagem que se faz em um ônibus confortável, com serviço de bordo, um guia e algumas paradas em locais interessantes. As passagens podem ser compradas no site da empresa, ou diretamente no balcão na rodoviária de Puno, mas sugiro comprá-las com um dia de antecedência.
     O ônibus partiu ás 7h de Puno. Logo passamos por Juliaca, que seria a "capital" da província. Juliaca tinha sofrido com as fortes chuvas que caíram nos dias anteriores e estava um caos. Mas todos disseram que esse tumulto não é muito diferente em dias bons também.


     Logo a paisagem se transformaria e as montanhas andinas se revelariam. Algumas tão altas, mas tão altas, que até dava uma mistura de medo e encantamento ...



     A primeira parada foi no vilarejo de Pukara, onde vimos a primeira das muitas igrejas católicas que foram construídas sob templos Incas, numa demostração de poder dos colonizadores, com o intuito de subjugar toda a cultura dos povos nativos. Ali também existe um pequeno museu, muito, mas muito mal conservado, onde é possível ver peças pré-incaicas e peças incas.



     Subindo mais um pouco, chegamos a 4.300m de altitude, em um ponto chamado de La Raya. Quando desci, não nego que tive uma tontura forte, afinal, o pico era alto demais, mas nada que me fizesse desanimar. É ali que começa o Vale Sagrado dos Incas, um vale aos pés das montanhas dos Andes, onde cresceram cidades e vilarejos no entorno do Rio Urubamba, ali chamado de Wilcanota.


     Depois paramos em um restaurante (o almoço estava incluído no valor da passagem) no povoado de Sicuani. Foi a melhor comida que provei no Perú, e no único restaurante realmente decente que estive.
     Seguindo viagem, a parada então foi no sítio arqueológico de Raqchi. Magia pura, era o meu primeiro sítio grande com as ruínas de uma cidade inca. Raqchi era um local de devoção, com um templo incompleto dedicado à Wiracocha. Por ser este o Deus homenageado e cultuado no lugar, entende-se que a cidade se destinava à nobreza e à classe média inca, e era também um local de peregrinação. Fantástico!



     A última parada foi no vilarejo de Andahuaylillas. O pessoal logo foi entrando na igreja do vilarejo, mas nós seguimos para o pequeno museu local. Quando voltamos, Xose e Imelda nos disseram que a igreja era fantástica, então, como estávamos ali à toa mesmo, fomos conferir. Não sou muito fã de arte sacra e já vi dezenas de Igrejas de todos os tipos na Europa, mas realmente tenho que confessar que em termos de arte, a igreja do vilarejo era bem surpreendente, toda pintada e com detalhes em ouro, legítima arte barroca.



     Chegamos em Cuzco e nos encontramos com a dona Miriam e o seu Volnei. Caminhamos um pouco no entorno das Plazas de Armas e fomos dormir cedo, afinal, no outro dia continuaríamos a percorrer o Vale Sagrado.

NOTES AND TIPS

- O HOSTEL EM CUZCO: como nesta primeira etapa ficaríamos somente 1 noite em Cuzco, me preocupei mais com a localização do que com a qualidade do hostel. Tinha lido boas recomendações sobre a rede Pirwa, que tem 4 hostels em Cuzco e mais alguns espalhados pelo Perú. Escolhemos o Pirwa Suécia, muuuito pertinho da Plaza de Armas. Foi meio trash na verdade. As portas dos quartos ficam voltadas para o pátio central, então ouvíamos todo mundo que entrava e saía. Além disso, também ouvíamos os sons vindos dos bares no entorno. Mas foi só uma noite, só uma noite ...

- CUZCO AT NIGHT: Cuzo é bem efervescente à noite. É uma cidade muito grande e cheia de universitários. Com as luzes dos postes e casas, ela fica linda à noite. Tem muitos bares legais, para todos os gostos. Durante a semana, a noite é tranquila, caminhamos sem medo nas ruas próximas à Plaza de Armas, bem bacana. Agora, nos finais de semana fica meio tenso ... é como se outras pessoas circulassem pelas ruas ... vimos uma que outra briga e alguns sujeitos mal encarados. Não ficamos muito pela rua para ver mais.

- QUANTO CU$TA:
Passagem Puno-Cuzo em ônibus turístico, com guia, alimentação e entradas incluídas: U$40
Quarto duplo evativo m hostel perto da Plaza de Armas: U$35
Jantar em Cuzco: S./ 18
Andahuaylillas
Andahuaylillas