PUNO, LAGO TITICACA E SILLUSTANI - PARTE II

Isla Taquille



     Acordamos bem cedo na Isla Amantani, tomamos o café da manhã oferecido pela Ricarda, nos despedimos e fomos encontrar o restante do grupo no píer da ilha.


     Partimos então para a Isla Taquille, uma ilha um pouco menor que a Amantani, mas com os mesmos padrões de vida. 
     A subida até o "centro" - diga-se topo - da ilha foi bem puxada, levamos uns 30-40 minutos. Lá em cima, encontramos uma praça com as sedes de algumas associações de artesanato, sobretudo artesanato com lã, mas extremamente caro. Demos um tempo por ali e fomos para a casa da família que nos serviria um almoço. Aqui vale a mesma regra que existe na Amantani: há uma rotação entre as famílias, para que todas ganhem com o turismo local. Almoçamos muito bem, haviam pães, sopa, arroz, batata, legumes e peixe. O peixe local é a Truta (trucha), uma espécie inserida no lago há muitos e muitos anos. A descida até o píer foi algo um tanto quanto cansativo. Eram mais de 500 degraus e praticamente uma fila indiana de turistas meio que te empurrando para descer.

 

Nos preparando para descer os mais de 500 degraus

   No retorno à Puno (cerca de 3h de navegação), pudemos apreciar as belas paisagens no Lago. Felizmente o dia estava ensolarado (apesar de frio), algo pouco comum em janeiro, que é o período de chuvas no Perú (em fevereiro a coisa fica pior).
     No caminho de volta, conversando com o Xose e a Imelda, descobrimos que eles iriam até as Chullpas de Sillustani naquele mesmo dia. Eu queria muito ir até às Chullpas, mas todas as excursões que partem de Puno saem ás 14h e eu não chegaria a tempo. Poderíamos ir em um tour privado, mas era muito caro (U$20 por pessoa). Eles tinham combinado com um taxista local, que os levaria até lá por S./ 20. Feito!
     Chegamos em Puno, fizemos o check-in no hotel e lá fomos nós para Sillustani, com o nosso motorista, o sr. Pedro. No meio do caminho, paramos em algumas casas dos agricultores locais, para entender um pouco mais do modo de vida deles. Essas casas parecem claustros medievais, cercadas por muros de barro, com um pátio central, onde cada construção abriga um núcleo familiar ou tem uma função específica.


     Chegando em Sillustani a paisagem impressionou, muito linda a pequena colina entre um alagado e a laguna de Umayo, no pequeno vilarejo de Atuncolla. Este sítio arqueológico conta com dezenas de Chullpas e outros tipos de "sarcófagos" e remonta à cultura pré-Inca dos Tiahuanacos, mais tarde sendo utilizada pelos Incas também. As Chullpas eram como "túmulos", onde eram colocados os corpos em posição fetal com seus pertences. Há diversos tipos de Chullpas, com diversos tipos de acabamento, mas todas elas possuem formato cilindríco e as maiores chegam a 12m de altura. é muito impressionante! O bacana é que este sítio está muito bem conservado e é de fácil acesso, pois recebeu, há alguns anos, muita grana do governo para sua restauração e manutenção.



     Tenho que fazer um agradecimento especial à Imelda e ao Xose, que além de nos brindarem com uma ótima companhia, dividiram muito dos seus conhecimentos de arqueólogos conosco.
     Voltando para Puno, tomamos um banho merecido e saímos para jantar com os nosso amigos galegos.  

NOTES and TIPS:

- A MALANDRAGEM PERUANA: estávamos nós visitando as Chullpas de Silustani e resolvemos entrar em uma delas. Deixamos nossas mochilas na "porta" e entramos. Quando saímos, haviam dois "guardas" do parque ali parados, olhando nossas coisas. E aí eles falaram que era proibido entrar nas Chullpas e blá blá, que teríamos que pagar o dobro do valor da entrada por termos feito isso. Eles queriam que pagássemos S./ 40 como multa. Logo saquei a malandragem dos dois guardas e lembrei do episódio no táxi com as uruguaias. Usei a mesma estratégia. No meu portunhol tosco, aumentei a voz e perguntei onde estava a placa que dizia que não podia entrar, que aquilo era usurpação, que iríamos até a administração do parque fazer o pagamento e nos desculpar, ou que então que chamassem a polícia para que pudéssemos responder pela nossa falta tão grave. Eu gesticulava e falava alto, feito uma louca. Bom, eles foram embora. Na saída do parque nos informamos sobre isso e vimos que realmente era um "golpe" dos tais guardas.

- AINDA SOBRE AMANTANI:  a questões da água, do banho e do banheiro na Ilha são um pouco complicadas. Esqueça o banho, ainda mais o banho quente. Cada casa possui lá uma outra casinha externa para banho, isso eu vi. Mas em nenhum momento isso é oferecido aos turistas. Eles não tem água encanada e tudo fica mais difícil por isso. O banheiro também era externo, uma latrina. Vou poupar quem lê o post e não vou colocar nenhuma foto.

- ONDE COMER EM PUNO: a Calle Lima, que é um calçadão, concentra os restaurantes (pelo menos os mais ajeitados) da cidade.

- NOSSO HOTEL EM PUNO: escolhemos o Hotel Titiuta, que foi vencedor em alguma categoria no TripAdvisor em 2012 e 2013. Fico pensando naqueles que não ganharam nada então, como deveriam ser ... enfim, o hotel é bem simples, mas o quarto era muito bom (fora o carpete e a internet que não funcionava) e o café da manhã era bem servido. Tem um bom custo-benefício, recomendo.
 
- QUANTO CU$TA:
Almoço na Ilha Taquile: não pagamos, pois já estava incluído em nosso "pacote", mas custa cerca de S./ 20.
Passeio à Silustani: um táxi cobra S./70 - S./80 para ir até lá. Os passeios em grupo custam cerca de S./ 25 por pessoa. Os passeios privados custam U$20 por pessoa. A entrada custa S./ 10. 
Jantar em Puno: S./ 20