MOSCOU I: Teatro Bolshoi e Rua Arbat

DIA 1

     Chegamos em Moscou com muitas expectativas. Não sabíamos exatamente o que esperar da Rússia, mas bora lá.
     Já no aeroporto, uma confusão. Pra onde devemos ir? Qual fila de imigração? Fomos meio que seguindo a boiada e no final deu certo. O pessoal no guichê da imigração não falava nada de inglês. Falaram alguma coisa em russo, fiz uma cara de idiota, tentaram falar de novo, fiz uma cara pior ainda. No fim, sem dizer uma palavra, nos deram os cartões da imigração, carimbaram o passaporte e seguimos buscar as malas.
     O aeroporto de Domodedovo não é grande coisa. É feio. Parece uma rodoviária mal organizada. Mas já vi piores. Depois do desembarque, o objetivo então era trocar alguns euros por rublos, a fim de ter uma moedinhas para pegar o Aeroexpress que nos levaria ao centro. Aí veio o segundo obstáculo relacionado à língua. Negócio foi recorrer ao velho método papel e caneta, afinal, números e cifrões são iguais em qualquer lugar.
     No meio do vuco vuco, tínhamos que encontrar a plataforma do trem. Fomos seguindo uma placa com o ícone do Aeroexpress. Mas aí chegou num ponto em que nos deparamos com a parede do aeroporto, rsrsrsrs, sim, seguimos a placa que dizia para ir reto. E fomos né. Aí pensamos que definitivamente estávamos perdidos. Só que não. Num cantinho bem escondido está o acesso para um corredor, que por sua vez, dá acesso à plataforma do trem. Ali compramos os tickets (em uma máquina automática, com menu em inglês e nada explicativa, tem que ter poder de dedução) e fomos até o trem. Um negócio meio caótico.
     O trem é rápido e feio. Em pouco tempo chegamos mais próximos do centro. Dali, tínhamos que pegar o metrô. Oh god! Novamente, seguimos a boiada. Deu certo, achamos as plataformas da linha E/Marrom . Só que aí é que vem a novidade. Eu já tinha lido um mooonte de coisas sobre o metrô em Moscou, só que na hora do vamos ver mesmo, toda a teoria se mostrou quase inútil. A gente simplesmente não sabia pra onde ir. No final de cada escada rolante normalmente tem um guardinha ou coisa assim. Fui tentar falar com a guardinha (quase dormindo tadinha. Imagina ficar vendo um monte de gente subindo e descendo escada rolante o dia inteiro), mas obviamente, não consegui me comunicar. Falei pra ela palavras simples, e mesmo assim, nada. Mostrei um mapa. Nada. Aí arranhei um russo: Arbatskaia! Aí ela apontou uma plataforma e uma direção. Pensamos: aêêêê, deu certo! Só que não ... por um acaso, sei lá como, me dei por conta de que tínhamos pego a linha errada. Vixe, provavelmente pronunciei o tal de Arbatskaia tudo errado, porque de novo, estávamos perdidinhos.


     Gente, eu não sei como, mas no final das contas, depois de algumas subidas e descidas (com mil malas), chegamos na nossa estação de destino, a tal Арбатская,
     Depois de sermos muito bem recepcionados pelo nosso host no apartamento, partimos para começar a desvendar a gigantesca Moscou. Demos uma passadinha na rua Novyy Arbat (Новый Арбат), paramos num banco, fizemos m câmbio maneirinho e seguimos com os planos.
     Como só tínhamos meia tarde, a ideia era fazer um negócio sem muito compromisso, bem de boa ...
     Tomamos o metrô (desta vez com mais atenção) e seguimos para a região do Teatro Bolshoi, descendo na estação da Praça Lubyanka. Nessa região há um quarteirão bem bonitinho, bem legal para fazer compras especialmente, no quadrilátero formado pelas ruas Рождественка (Rozhdestvenka), Кузнецкий Мост (Kuznetskiy Most), Петровка (Petrovka) e Театральный (Тeatralnyy).




     Depois visitamos o Teatro Bolshoi. Infelizmente não entramos :( O corpo artístico do Teatro estava em férias, então não havia nenhum espetáculo para vermos. Fica pra próxima.
     Sim, haverá uma próxima.


     Coisa mais fofa foi ver do outro lado da rua do Teatro Bolshoi um dos meus barbudos favoritos ... saca só na foto ... tá lá atrás, lindão ..


        Existem centenas de museus interessantes para se conhecer na cidade, mas como a cidade é enorme e tudo é longe de tudo, tem que selecionar bem aquilo que mais interessa. De modo geral o valor das entradas é bem acessível e quase sempre há descontos para estudantes com carteirinha ISIC. Em contraponto, quase todos os museus só trazem informações em russo ... daí fica por conta de cada um a interpretação da coisa. Em termos de arte um dos mais importantes é o Museu Pushkin. Estava na minha lista (por conta de uma exposição que vi no CCBB do Rio há alguns anos atrás), mas perdeu para os museus de história ;)
     Neste dia ainda queríamos ter dado uma caminhada pela Театральный (Tverskaya, uma das mais importantes avenidas da cidade) e ido até o Museu de História Contemporânea da Rússia, mas as pernas não estavam mais colaborando. Não fizemos muita coisa, mas o vôo e o lance dos metrôs deram um laço no corpo sedentário.
     Acabamos tomando o rumo de casa pela rua Никольская (Nikolskaya), outro mimo que vale a pena dar uma passadinha.


     Desta vez, ao tomar o metrô,  decidimos descer em uma estação posterior à do apê, para que pudéssemos dar uma olhadinha em toda extensão da rua Арбат (Arbat). A rua Arbat é uma das mais antigas da cidade. É um calçadão, na verdade, cheia de restaurantes, lojas e algumas pequenas galerias de arte e souvenirs. Mas o mais legal é que ela é tomada por artistas de rua durante o dia e é um mimo iluminada durante a noite (embora estivesse escurecendo muito tarde e os negócios por ali fecharem cedo, tipo uma meia noite, ou seja, tivemos pouco tempo para circular por ali e vê-la com a iluminação noturna). Adoro ver os músicos tocando na rua, a arte sendo feita de modo informal ...
     Pra finalizar, uma paradinha de praxe no Hard Rock Café e depois, cama! Porque Moscou ainda teria muito para ser explorada ...




NOTAS (À PROPÓSITO)

- Fazendo câmbio: muito interessante os bancos na Rússia. Mais parecem escritórios, ou coisa assim. Tu podes encontrar dezenas de pequenos bancos em uma grande avenida. Achei bacana o fato de que os caixas não são abertos como aqui, mas funcionam em uma espécie de cabine individual, com portinha e tudo. Assim temos a garantia de privacidade. Fica a dica. Caso a atendente não fale inglês (o que é bem provável), nada como o velho papel e a velha caneta. Na Rússia, ao menos os números são familiares.

- Axé? É isso?: Caminhando pela rua Кузнецкий Мост (Kuznetskiy Most). Era um dia quente, haviam muitas pessoas na rua, o negócio parecia animado ... não é que até uma "aula de axé na rua" a gente encontrou? Sim, fato. E bizarro. Ok, essa não precisava.