MOSCOU VI: Mais algumas notinhas

A OCUPAÇÃO DAS ÁREAS PÚBLICAS

     Em uma conversa recente com alguns amigos, entramos na questão do que é público e do que é privado. A questão é que não temos - ao menos não vejo isso no Brasil - um conceito claro do que é "público". Em se tratando de espaços, o público passa a ser visto como algo do outro, algo do Estado, quando na verdade é um ambiente coletivo e de convivência. Sendo assim, considero que ocupamos pouco, quase nada, os espaços que são nossos.
     Os russos, por sua vez, tratam essa questão de uma outra forma. É interessante ver as praças e ruas ocupadas. Os parques e tudo mais. Na Rússia, quem não tem cão, caça com lebre. E assim o rio e os chafarizes se transformam em praias ou piscinas, sem preocupações.



ME CONCEDE ESTA DANÇA?

     Uma das coisas mais interessantes que vimos no Parque Gorky foi esta, digamos, atividade, retratada na foto abaixo. 
     Vimos um grupo de pessoas dançando às margens do Rio Moscou. Uma pessoa falava alguma coisa em um microfone, ligado à uma caixa de som, e em seguida largava o play em um note, conectado à mesma caixa de som. Ok. Nada demais. Mas duas coisas chamaram a atenção: primeiro que o que rolava era música erudita, sinfonias e afins. E, obviamente, as danças também nos transportavam para os séculos passados. Isso por si só já seria interessante, mas o mais bizarro - e fantástico - era que as pessoas que estavam ali não se conheciam. As mulheres ficavam sentadas em um banco e quando a música iria começar, os homens as tiravam para dançar, variando os pares a cada música.


ENTRE LADAS E LIMOUSINES

     Quem vai para a Rússia esperando encontrar o decadente país do comunismo que não deu certo, o país retratado por filmes hollywoodianos e propagandas feitas no "mundo ocidental", vai perder a viagem. Claro que não sei do interior, mas Moscou e São Petersburgo são cidades muito organizadas e limpas, nada de prédios decadentes ou coisas do gênero.
     Uma coisa que chama a atenção - especialmente a dos brasileiros, já que não estamos habituados - são os carros que circulam na rua. Com certeza os Land Rover são os queridinhos dos russos. Mas daí segue uma profusão de Porsches, Audis, Ferraris e BMW. E até alguns Rolls Royce para arrematar. A quantidade de limousines que circula pelas ruas também é algo que nunca tinha visto.
     Mas entre todas estas modernidades, tecnologias e luxo, ainda encontramos os velhos e bons Ladas. Volta e meia, se apertar bem o olho e prestar bastante atenção, lá estão eles, os símbolos dos carros soviéticos.




COMENDO EM MOSCOU

     Acabamos não indo em um restaurante típico na cidade. Não sei se por falta de tempo (sempre correndo para ir de um lugar ao outro), por tudo parecer muito caro ou se por falta de interesse mesmo. O fato é que não nos atraímos pela culinária local. Até fomos no super famoso (pelo preço) Mu-Mu, mas definitivamente já comi em lugares muito melhores pagando menos.
     O negócio é comer pelas calçadas mesmo. Em toda quadra há algum quiosque ou algo assim (e, na maioria das vezes, parece tudo limpo e organizado). Nunca comi tanto sanduíche do Subway.



     Se teve uma coisa que eu achei bizarro, foi esse sorvetinho aí. Ele é vendido em todos os lugares, junto com os picolés. É igual um sorvete de bola normal, enroladinho em um papel tipo de seda. Estranho, mas bom e suuuuper baratinho.



     E não só os animais humanos precisam de comida, certo? No Parque Gorky encontramos esta máquina de rações, pra tudo que é bicho que existe ali pelo parque e para os animais domésticos também.


A PONT DES ARTS DE MOSCOU

     À exemplo da famosa ponte parisiense - e de outras ao redor do mundo-, os russos também tem a sua ponte dos cadeados do amor, a Luhzkov, que fica próxima da Catedral de Cristo Salvador.


A REVOLUÇÃO FOI FEITA AQUI

     Já mencionei em outros posts, mas volto a frisar: a Revolução Russa e  o período soviético estão presentes em todos os lugares na Rússia. Em todos. Seja em detalhes pequeninos, seja na forma de esculturas ou na arquitetura de grandes construções. Os símbolos estão por toda parte. E Lenin? Ah, o Lenin é pop.


Pô, até o café é Revolucionário??