MOSCOU IV: Izmailovo, Museu dos Cosmonautas e Parque VDNKh

DIA 4


     Quase nos despedindo de Moscou, o dia seria dedicado aos locais mais longínquos, fora do grande anel central.
     Não importa a temática da viagem ou o tamanho do bolso do viajante, em algum momento rola aquela paradinha para dar uma olhada nos souvenirs e na enorme lista de amigos e familiares que merecem uma lembrancinha. 
     Pois bem, antes de sair de casa, sempre procuramos algumas dicas de lugares mais acessíveis para fazer essas comprinhas, a fim de evitar os impulsos de comprar do vendedor com cara de coitadinho que oferece chaveiros a preços absurdos nos locais das atrações principais (o que, felizmente, não é comum nas ruas de Moscou).
     Em Moscou o lugar para comprar tais artigos é, sem dúvidas, o Mercado de Izmailovo, que fica ao lado do Kremlin que leva o mesmo nome. 
     Passamos algumas boas 4h na região. No Mercado se encontra de tudo, desde as clássicas bonecas Matryoshkas, passando por antiguidades de toda sorte, até artefatos militares. Vale muito a pena, principalmente para quem gosta de garimpar raridades e para quem gosta de pechinchas. 




     O Mercado fica dentro de um grande complexo que é o Kremlin de Izmailovo. Estre Kremlin parece cenário de filme de fantasia, é um mimo, com construções riquíssimas em detalhes. É uma pena que esteja um pouco mal cuidado e deteriorado.
     Na verdade a construção deste "Kremlin" é bem recente, e o propósito dele não é o mesmo do Kremlin que fica no centro. Ele foi construído para ser uma espécie de museu a céu aberto, retratando antigos palácios e templos russos. Ali acontecem exposições (o pequeno Museu da Vodka fica ali dentro), festivais e, principalmente, casamentos, já que o complexo dispõe de restaurantes e salões para tal fim.





     Saindo da região nordeste de Moscou, fomos para a região norte, com o intuito de conhecermos o Museu do Cosmonauta (Музей Космонавтики). 
     O Museu é bem grande (ao contrário do que possa parecer, vendo por fora) e pede algumas horinhas. É genial, muito bem montado, muito interessante. Mostra toda a história da relação da Rússia com a Ciência Aeroespacial e Astrofísica. A maioria das explicações e legendas são em russo, mas os títulos das peças expostas são em inglês, o que já nos dá uma boa base. Tem de tudo sobre sondas, satélites e foguetes: protótipos, desenhos, maquetes, fotos e muuuitaaas peças originais, como o Sputinik, a MIR (não me perguntem qual Sputnik) e alguns módulos de naves. É sensacional, mesmo para quem não entende muito de engenharia ou coisas afins.






     O Museu fica bem ao lado do enorme Parque VDNKh, que recentemente passou por algumas reformas e se tornou local imperdível na cidade. No Centro Panrusso de Exibições, como também é conhecido o parque, possui inúmeras atrações: são aproximadamente 400 prédios, que servem como espaços culturais e espaços de exposições, restaurantes, museus, etc. Ou seja, tem pra todos os gostos.



NOTAS (À PROPÓSITO)

- Mercado de Izmailovo: para chegar ao Mercado é bem simples. A estação de metrô mais próxima é a Partizanskaya, linha C azul (Партизанская). Dali, é só seguir o fluxo. O Mercado fica há aproximadamente 2 quadras. No Mercado, vale a pena caminhar um pouco e pechinchar. Os preços não são iguais em todas as bancas. 

- Matryoshka: as bonequinhas estão em todos os lugares. Não só na Rússia, mas em todos os países do leste europeu. Existem desde as pequeninas, composta por 4 peças, até as gigantescas, composta por mais de uma dezena. Além dos modelos tradicionais, feitos com madeira e pintados à mão, encontramos muitas feitas com outros materiais e retratando figuras insólitas, como personagens da música ou do cinema.
     Existem várias histórias para a origem das Matryoshkas, mas tem uma, especialmente, que é que eu acho mais bonitinha: conta a lenda que um marceneiro muito habilidoso fez uma boneca de madeira. A boneca era tão cheia de detalhes e feita com tanto amor, que acabou ganhando vida. Toda noite a boneca chorava e se lamentava. O marceneiro, preocupado, perguntou-lhe: "Por que choras?", e a boneca lhe respondeu: "Me sinto sozinha, gostaria muito de ter uma companhia, uma filha". Assim sendo, o artesão resolveu fazer uma outra boneca, um pouco menor, e dar de presente à boneca maior, colocando-a no ventre da primeira. Na noite seguinte, a segunda boneca começou a chorar e se lamentar, e só parou quando o homem lhe deu também uma "filha". E assim foi com as bonecas seguintes. Até que o marceneiro, cansado de tantas repetições, fez uma última boneca, desta vez, um menino, para que não houvesse a possibilidade de o mesmo também solicitar um filho.

- Iuri Gagarin: o astronauta russo, primeiro homem a ir ao espaço, é figura constante na Rússia. É tipo um herói nacional, e seu rosto estampa camisetas, canecas e todo tipo de coisa. A história do astronauta é contada em detalhes no Museu do Cosmonauta.