SÃO PETERSBURGO II: Mercados e Museu Hermitage

Palácio de Inverno
     Como de praxe quando viajamos, queríamos conferir os Mercados de São Petersburgo. Queríamos visitar três deles: Mercado KuznechnyyMercado Sennoy e o Mercado de Udelnaya.
     Dos três, o mais ajeitadinho (e nem por isso interessante) é o Mercado Kuznechnyy. É um lugar pequeno, sem grandes atrativos. A região também não é das mais interessantes. O Mercado de Sennoy prometia ser o mais legal, mas novamente, nenhuma surpresa. O Mercado de Sennoy fica atrás de um shopping center moderninho, meio escondido e cercado por barraquinhas no melhor estilo camelódromo.
Mercado Kuznechnyy
     Já meio decepcionados, resolvemos recorrer à última opção, o Mercado de Udelnaya. Antes de visitá-lo, li alguns relatos de viajantes, cujas percepções e opiniões sobre o lugar variaram bastante. Enquanto uns teciam elogios, outros davam avisos de "Avoid the place". Bom, como a curiosidade é inerente ao viajante, fomos. Na verdade se trata de um grande Mercado das Pulgas (Flea Market) na periferia (e bota periferia nisso!) da cidade. Longe pra caramba. Não sei se não fomos no dia certo ou se deveríamos ter seguido as linhas "Avoid the place", mas realmente não encontramos nada lá além de muitas roupas de segunda (ou terceira, quarta, quinta ...) mão e falsificações Made in China. De antiguidades e coisas típicas, nada. Só valeu a pena porque conseguimos encontrar algumas gandolas militares antigas, em bom estado e por um precinho bem camarada.

     Saindo da periferia, fomos até a Palace Square, onde está o Palácio de Inverno, que abriga o Museu Hermitage. O Palácio de Inverno, nas margens do Rio Neva, foi construído em meados do século XVIII e serviu de residência para a família imperial russa durante várias gerações. Foi palco da grande revolta de 1905 (um preâmbulo da Revolução Russa) e do Domingo Sangrento, em janeiro daquele ano. Com uma fachada de mais de 250m de largura, e com centenas de salas (ao longo do tempo outras construções foram anexadas ao palácio), logo depois da construção parte dele já passou a abrigar o Museu Hermitage. A coleção começou a ser montada pela czarina Catarina II, que trocava ideias com iluministas e ficou conhecida como uma Déspota Esclarecida. Hoje o Museu Hermitage é um dos maiores, melhores e mais visitados museus do mundo (com milhões de peças no acervo).
Palace Square
     A visita ao Hermitage exige, ao menos, 3 ou 4 horas, impossível conhecer metade dele em menos tempo que isso. Ele surpreende não só pelo acervo, variado e de qualidade, mas também pela arquitetura dos prédios. É como estar em um Palácio de Versalhes com peças do Museu do Louvre. Dá pra se perder dentro do museu (embora hajam mapas), e isso não será um problema. A cada sala que se passa, uma nova coleção e um novo encanto. Cada sala tem uma temática e uma decoração diferente, uma mais linda do que a outra.








   Aproveitamos as últimas horas em São Petersburgo para fazer umas comprinhas na Avenida Nevsky e para jantar em um restaurante típico.
     No dia seguinte, partimos de trem para Helsinki, na Finlândia.


NOTAS (À PROPÓSITO)


- O que não fizemos 1: eu queria muito ter ido ao Museu do Cerco de Leningrado, mas com os horários de abertura restritos, ficou meio fora de mão. Li que é muito interessante, ainda mais porque grande parte dele é montado em dioramas.

- O que não fizemos 2: um dos passeios mais comuns em São Petersburgo é a ida até o Palácio Peterhof. Como tínhamos pouco tempo, deixamos para a próxima. O palácio fica um pouco afastado da cidade, sendo acessado através de barcos velozes, trem ou ônibus. É meio caro chegar até lá e requer tempo. Para dicas sobre como chegar ao Peterhof, acesse o blog da Camila Navarro, Viaggiando.

- Museu Hermitage: a dica é comprar os tickets de entrada pela internet. Não fizemos isso e demos sorte, pois não haviam filas, o que não é comum. Estudantes portando carteirinha ISIC são isentos da entrada, o que é fantástico. Como a grande maioria dos museus na Rússia, caso a pessoa queira fotografar dentro do museu é necessário comprar uma espécie de passe especial, um valor adicional que lhe permite fazer isso. Nós não compramos, tiramos as fotos (aliás, todo mundo fazia isso) e não fomos cobrados, nem vimos ninguém ser cobrado.

- Âmbar: a Rússia possui grande parte das jazidas de âmbar no mundo. E ele está em toda parte, em todo canto, em toda loja. Com peças fantásticas que variam no valor, desde alguns poucos euros até milhares deles.

- Restaurantes típicos: sempre que viajamos tentamos poupar nos itens básicos (como hospedagem e alimentação) para poder aproveitar melhor as atrações. Mas não dispensamos fazer pelo menos uma refeição em algum restaurante típico. Na Rússia, comida típica significa uma mistura de diversas cozinhas no leste europeu. Acabamos não provando o tradicional Strogonoff ou a Sopa de Beterraba (Borshch - Борщ), mas fomos muito bem de Pelmeni (Пельмени), que são uma espécie de massinhas recheadas. Nos supermercados elas são super baratinhas. Tambe´m é muito comum encontrar pratos com caviar, que mesmo sendo bem mais em conta do que aqui no Brasil, ainda tem um preço salgadinho (e cá entre nós, gosto nada agradável). Os restaurantes que se dizem típicos são bem caros, mas encontramos um super bacana em São Petersburgo: Kvartirka Soviet Cafe. Os preços são bem justos, o lugar é muito aconchegante (réplica de um típico apartamento soviético) e a comida é deliciosa.